
A cada notícia que se apresenta, a escalada para a conquista da empatia fica cada vez mais aparente e alarmante.
A falta de informação e de amor ao próximo é visto com frequência, eu sempre trato sobre a diversidade Surda, aliás, são vários projetos em andamento e trato disso também de forma muito pessoal.
Essa intolerância aos diferentes, e as escolhas e aos julgamentos sem conhecimentos de alguns especialistas doutorados nos livros e não nas experiências sentidas, só ficam mais brandas, quando encontramos profissionais como a empatia do bombeiro militar – Walker Souza, que prontamente se comunicou por meio da Libras (Língua Brasileira de Sinais).
E é por este motivo que uma notícia como essa não pode ser esquecida, ainda mais quando estamos aclamando por um Projeto de Lei – PL 43/2021 de autoria do Deputado Estadual – PSL, Major Mecca que propõe e torna obrigatória a inclusão do conhecimento básico da Língua Brasileira de Sinais – Libras nos currículos da Escola Superior de Soldados e da Academia de Polícia Militar do Barro Branco.
LIBRAS É RECONHECIDA POR LEI
A nossa principal dificuldade é colocar em prática uma língua reconhecida por Lei, e a ação do bombeiro Militar Walker somente acalmou a vítima, pois em momento de fragilidade a única certeza que temos é que chegaremos ao hospital e de muita sorte alguém saberá comunicar conosco.
A repercussão causou ainda mais ações positivas, porque Walker resolveu pintar o portão de sua casa, para incentivar as pessoas a aprender a Libras.
“CADA UM QUE PASSA POR AQUI, APRENDE UM POUCO SOBRE O ALFABETO”
Walker ingressou na corporação em 2015 e hoje trabalha em Ribeirão Preto, ele afirma ser um defensor da causa Surda, ainda não é fluente, mas o conhecimento básico conseguiu acalmar a vítima que ele atendeu de forma eficaz.
Sabemos que em tempos de pandemia, elevou e colocou ainda mais em vulnerabilidade o que nós surdos enfrentamos, a falta de acesso a informações de primeira necessidade principalmente na área de saúde e também da educação é uma evidencia.
Esse projeto de Lei, vai garantir às pessoas com deficiência auditiva, o acesso à comunicação, à informação e à educação nos processos e abordagens, nas atividades internas de cada companhia e policiamento de rua, com conteúdos curriculares desenvolvidos em todos os níveis.

É importante ainda dizer que a PMESP, alicerçada sobre os princípios doutrinários da polícia comunitária, direitos humanos e gestão de qualidade, tem por missão constitucional a gestão de segurança pública para TODOS, por meio da preservação da ordem e da segurança das pessoas e do patrimônio.
Por desenvolver atividades essenciais de proteção à dignidade humana e ao Estado democrático de direito, o policial militar deve agir estritamente dentro dos parâmetros legais, consciente de ser um profissional a serviço de TODA a sociedade, levando a mesma comunicação, ou buscando meios para tal, colocando em cumprimento o Art. 5° da Constituição Federal, que diz sobre os Direitos e Garantias Fundamentais.
Parabenizo atitudes como a do Bombeiro Militar Walker e estou torcendo para que ele seja um multiplicador da Libras para outros policiais.
Raquel Moreno – Ativista da Causa Surda